quarta-feira, 1 de junho de 2011

Presidente iraniano quer um Egito contra judeus e contra o Ocidente Ahmadinejad recebeu intelectuais, religiosos e revolucionários egípcios. Após queda de Mubarak, países estudam retomar relações diplomáticas.

Mahmud Ahmadinejad recebe representantes egípcios em Teerã nesta quarta (1º) (Foto: AFP)
O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad afirmou nesta quarta-feira (1º) que quer um Egito "antissionista" e antiocidental, ao receber um grupo de intelectuais, religiosos e jovens revolucionários egípcios, informou a agência oficial Irna.
"Temos que conseguir fazer com que Irã e Egito sejam dois países desenvolvidos, poderosos, antiarrogância (ocidental) e antissionistas", declarou Ahmadinejad.
"Um dos meus sonhos é ir ao Egito. (...) Quando receber um convite das autoridades egípcias, irei imediatamente e com orgulho", acrescentou.
Cairo e Teerã começaram a abordar, após a queda em 11 de fevereiro do regime do presidente Hosni Mubarak, a possibilidade de retomar suas relações diplomáticas, rompidas em 1980 em um protesto iraniano contra o acordo de paz entre israelenses e egípcios de 1979.
Na terça-feira (31), o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, se disse "otimista" sobre uma normalização das relações diplomáticas com o Egito, apesar de na véspera o Cairo ter expulsado um diplomata do escritório de interesses iranianos por suspeitas de espionagem.
O ministro das Relações Exteriores egípcio, Nabil al-Arabi, declarou no dia 25 de maio, depois de ter se reunido com Salehi na Indonésia, que a decisão de uma retomada das relações diplomáticas com o Irã será submetida ao futuro Parlamento, que será eleito em setembro deste ano.
A delegação egípcia está desde segunda-feira (30) em Teerã para participar de uma "Conferência Internacional sobre o Despertar Islâmico", que reúne intelectuais de cerca de vinte países muçulmanos.

Garoto morto de 13 anos vira símbolo da oposição na Síria Hamza al-Khatib teria sido torturado por forças de segurança de Assad. Caso foi citado por Hillary Clinton para criticar o questionado governo sírio.

Manifestante sírio mostra cartaz com foto de Hamza al-Khatib durante o funeral dele, em 25 de maio, em Deraa (Foto: Reuters) Um menino sírio que, segundo ativistas, foi torturado e morto por forças de segurança do governo, se tornou um poderoso símbolo para os manifestantes que enfrentam uma repressão sangrenta nos protestos contra o presidente Bashar al Assad.
Uma foto de infância de Hamza al-Khatib, de 13 anos, foi estampada nos cartazes dos manifestantes em toda a Síria, depois que um vídeo no YouTube mostrando o corpo dele ensanguentado provocou indignação internacional.
Autoridades sírias negam que o menino foi torturado, afirmando que ele foi morto em uma manifestação na qual gangues armadas dispararam contra as forças de segurança.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse estar 'muito preocupada' com o caso de Khatib.

'Eu acho que isso simboliza para muitos sírios um colapso total de qualquer esforço por parte do governo sírio de escutar e colaborar com seu próprio povo', disse Hillary em coletiva de imprensa. 'Eu só posso esperar que essa criança não tenha morrido em vão...'
Khatib, assim como o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo na Tunísia, e Neda Agha Soltan, cujos últimos momentos de vida foram gravados e divulgados na Internet, se tornaram um poderoso símbolo para os manifestantes que exigiam maior liberdade em seus países.
Algumas autoridades para os direitos humanos acreditam que o caso do menino dará um impulso para os protestos na Síria.
O vídeo mostrou o corpo inchado do menino, com feridas de tiros em seus braços, abdômen e peito, além de hematomas no rosto e nas pernas. Dois homens, aparentemente examinadores médicos, então dizem que o pênis de Khatib foi cortado. Essa imagem está com falhas. O vídeo aparentemente foi gravado em 25 de maio.
Khatib desapareceu durante os protestos de 29 de abril e seu corpo foi devolvido à família cerca de um mês depois.
Grupos defensores dos direitos humanos afirmam que mais de 10 mil pessoas foram detidas em 10 semanas de protestos em toda a Síria.
Cerca de 1.000 civis foram mortos nos confrontos, o que levou os Estados Unidos e a União Europeia a impor sanções contra Assad.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Al-Qaeda intensifica controle sobre cidade do Iêmen Militantes islâmicos teriam tomado cidade litorânea de Zinjibar na sexta (27). Oposicionistas acusam presidente Ali Abdullah Saleh de permitir invasão.

Manifestantes antigoverno se aglomeram em volta dos caixões de homens das forças leais ao general Ali Mohsen al-Ahmar, mortos em confrontos com forças governamentais em Sanaa na última sexta-feira (27) (Foto: Reuters) Um grupo da al-Qaeda intensificou seu controle sobre a cidade litorânea de Zinjibar, no Iêmen, enquanto na capital, Sanaa, uma trégua estava em vigor neste domingo (29), visando encerrar quase uma semana de combates nas ruas que ameaçavam desencadear uma guerra civil.
Líderes oposicionistas acusaram o presidente Ali Abdullah Saleh de permitir que Zinjibar, no Golfo de Aden, caísse nas mãos de militantes com o objetivo de criar um clima de alarme na região, algo que, por sua vez, pudesse traduzir-se em apoio externo ao presidente.
Homens armados, que se acredita serem da Al Qaeda, pareciam estar em controle total de Zinjibar, na província turbulenta de Abyan. "Cerca de 300 militantes islâmicos e homens da al-Qaeda entraram em Zinjibar e tomaram conta de tudo na sexta-feira", relatou um morador da cidade.
Grupos oposicionistas e diplomatas vêm acusando Saleh de aproveitar a ameaça da al-Qaeda para conquistar apoio de potências regionais que procuram a ajuda de seu governo para combater os militantes.
De acordo com analistas, existem temores crescentes de que a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), que tem sua base no Iêmen, explore a instabilidade no país para fortalecer sua habilidade já comprovada em lançar atentados com bombas.

Ataques da Otan atrapalham paz na Líbia, diz presidente da África do Sul Jacob Zuma teve encontro com Kadhafi para tentar mediação. Ditador líbio insistiu em necessidade de cessar-fogo, mas sem detalhes.

Imagem divulgada pela TV estatal da Líbia mostra encontro do presidente da África do Sul com o ditador Muammar Kadhafi nesta segunda-feira (30) (Foto: AP) Os bombardeios da Otan estão minando os esforços de mediação de paz das nações africanas na Líbia, afirmou em uma transmissão de TV o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, durante a visita a Trípoli, para uma conversa com o ditador Muammar Kadhafi.
Os ataques aéreos da Aliança Atlântica contra o ditador estão atrapalhando as tentativas africanas de negociar a paz, disse Zuma antes do encontro com Kadhafi, numa entrevista transmitida na África do Sul.
"Até mesmo a visita ao país teve que ser adiada por causa dos bombardeios", explicou Zuma em uma aparente referência à missão da União Africana (UA) na Líbia.